segunda-feira, dezembro 24, 2012

quinta-feira, julho 30, 2009

Nós



Entre o grito e o silêncio
Eu me perco
No movimento.

Sua boca sussurra
E o meu coração escuta.
No escuro
O seu olhar tenta mostrar
O brilho que nunca quis apagar.

Suas mãos estão presas
No meu corpo
Como se fossem uma teia.
Sua língua desliza
A cada parte que passeia.

Quero que venha
E me invada
Tornando o meu corpo
A sua casa.

As pontas dos seus dedos
Trazem a necessidade do desejo
Que permeiam os meus sonhos
E trazem aos meus olhos
A realidade que vejo.

(Priscila Silva)

quarta-feira, julho 29, 2009

Quanto vale uma vida?

Quanto vale uma vida?
Um pedaço de pão
Que tira a fome
E enche a barriga.

Quanto vale uma vida?
Um revólver carregado
Que com um tiro
Leva a vida de um coitado.

Quanto vale uma vida?
Uma decepção,
Uma ilusão,
Um amor que causou ferida.

Quanto vale uma vida?
A falta da cura
Da doença maldita.

Quanto vale uma vida?
O desespero
A solidão
A janela que chama e grita.

Quanto vale uma vida?
Para um alguém
Que dorme e acorda
No chão de uma avenida.

Quanto vale uma vida...
Até quando, a vida vale?

(Priscila Silva)

segunda-feira, julho 13, 2009

Sangue



O sangue escorria
Pela boca que gritava
E ninguém ouvia.

O sangue queimava
A pele cansada
Da pureza habitada.

O sangue da vida
Que aos poucos escorre
Mostrando o espelho da morte.

(Priscila Silva)

sexta-feira, julho 03, 2009

Vaidade



Parou em frente ao espelho. A vaidade gritava em cada detalhe do seu belo rosto, seus olhos levemente puxados e sua boca rosada e carnuda despertavam paixão a quem a olhasse. Sempre ao se olhar cumpria um ritual de sorrir e dizer a si mesma: “Sou linda por dentro e por fora”. E foi num desses rituais, que ela então se perdeu. Ao parar em frente à sua própria imagem, estranhou-se e por um momento entrou em desespero, quis saber quem ela era e onde estava. Mas não adiantava quanto mais se questionava, mais se perdia. Entrou num labirinto onde a saída não existia. A sua própria voz a assombrava. Pânico. Sentou no chão e começou a fazer barulhos que fizessem a voltar ao seu mundo real. Conversava com o espelho e pedia de volta a sua imagem e a sensação de “ser” Uma hora havia se passado e o suor escorria em seu belo rosto como uma cascata, implorava por um gesto de qualquer pessoa, para mostrar que o mundo é muito além do dela.

sábado, junho 20, 2009

Quanto ao tempo



"Quanto ao tempo te esperei
E o passado assim passou
Hoje o céu mudou de tom
Pra falar do nosso amor
Acho que chorei igual
Com a chuva no quintal
Acho que sonhei do bom
Hoje o céu mudou de tom..."

("Quanto ao tempo" - Carlinhos Brown)

segunda-feira, junho 01, 2009

Desigual




Corri sem rumo na rua
À procura de canções,
Pessoas nuas e cruas.

E nessa realidade pude entender
Que há cada esquina, uma diferença
Há cada encontro, uma ausência.

(Priscila Silva)